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Brasil - Em agosto o IPP variou em 0,97% Imprimir E-mail

Em agosto de 2015, os preços da indústria variaram 0,97% em relação ao mês anterior, resultado superior ao de julho (0,72%). O acumulado no ano foi de 4,63% em agosto, contra 3,63% em julho. O acumulado em 12 meses foi de 7,27%, contra 6,71% em julho. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 20 apresentaram variações positivas de preços.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes. A partir deste mês, o IBGE começa a divulgar o Índice de Preços ao Produtor das Indústrias Extrativas e de Transformação, ampliando o âmbito da pesquisa, que passa a incluir empresas das indústrias extrativas, com nova série histórica iniciada em janeiro de 2014. Também passam a ser divulgadas as informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

A publicação completa do IPP pode ser acessada www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

Em agosto, a variação dos preços da Indústria Geral em relação ao mês anterior foi de 0,97%, resultado acima do observado em julho (0,72%). Nessa mesma comparação, 20 das 24 atividades tiveram variações positivas de preços, contra 17 do mês anterior.

As quatro maiores variações de agosto foram nas seguintes atividades: Indústrias extrativas (-8,70%), outros equipamentos de transporte (6,83%), fumo (6,67%) e papel e celulose (3,96%). Quanto à influência, em pontos percentuais (p.p.) e em relação com o mês anterior, os destaques foram alimentos (0,32 p.p.), Indústrias extrativas (-0,29 p.p.), outros equipamentos de transporte (0,16 p.p.) e papel e celulose (0,15 p.p.).

O acumulado no ano atingiu 4,63%, contra 3,63% em julho. As atividades com as maiores variações acumuladas foram: outros equipamentos de transporte (24,52%), fumo (22,66%), papel e celulose (16,99%) e madeira (13,11%). Os setores que mais influenciaram o acumulado no ano foram: outros produtos químicos (0,93 p.p.), alimentos (0,79 p.p.), papel e celulose (0,58 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,52 p.p.).

Já o acumulado em 12 meses chegou a 7,27%, contra 6,71% em julho. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (36,74%), fumo (35,90%), papel e celulose (25,95%) e madeira (22,53%). Os setores de maior influência nesse acumulado foram: alimentos (1,43 p.p.), outros produtos químicos (1,17 p.p.), veículos automotores (0,91 p.p.) e Indústrias extrativas (-0,88 p.p.).

As variações das grandes categorias econômicas, em relação ao mês anterior foram: 2,44% em bens de capital; 0,81% em bens intermediários; e 0,86% em bens de consumo, sendo 0,78% em “bens de consumo duráveis” e 0,88% em ”bens de consumo semiduráveis e não duráveis”.

A influência das grandes categorias econômicas no resultado da indústria (0,97%) foi: 0,21 p.p. de bens de capital, 0,46 p.p. de bens intermediários e 0,29 p.p. de bens de consumo, com 0,06 p.p. em “bens de consumo semiduráveis e não duráveis” e 0,23 p.p. nos “bens de consumo duráveis”.

No ano, a indústria acumulou variação de 4,63%, sendo 9,46% em bens de capital (com influência de 0,80 p.p.), 4,58% em bens intermediários (2,61 p.p.) e 3,53% em bens de consumo (1,22 p.p.). No último caso, este aumento foi influenciado em 0,41 p.p. pelos produtos de “bens de consumo duráveis” e 0,81 p.p., pelos “bens de consumo semiduráveis e não duráveis”.

Em 12 meses, as grandes categorias econômicas acumularam as seguintes variações: bens de capital, 14,47% (1,20 p.p.); bens intermediários, 6,39% (3,67 p.p.); e bens de consumo, 7,01% (2,40 p.p.), sendo que a influência de “bens de consumo duráveis” foi de 0,69 p.p. e a de “bens de consumo semiduráveis e não duráveis” de 1,72 p.p.

20 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços

A seguir, as atividades que se destacaram em agosto, com suas variações em cada uma das comparações:

Extrativas: em agosto, os preços das indústrias extrativas recuaram, em média, em 8,70%, quarta maior taxa negativa da série que teve início em janeiro de 2014. Com o resultado de agosto, o acumulado no ano chegou a - 6,50% e o em 12 meses a - 21,60%. Na série dos acumulados em 12 meses, todos os resultados são negativos.

Alimentos: em agosto de 2015, os preços dos alimentos variaram, em média, 1,68%, segundo maior resultado no ano (1,70% em março de 2015). Com isso, até agosto houve uma variação acumulada de 4,17%, resultado que só foi suplantado recentemente pelo de dezembro de 2013 (6,80%). A comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, em agosto, foi de 7,57%, maior resultado observado entre maio de 2014 (9,20%) e este.

Os produtos de maior influência são: 'carnes de bovinos congeladas', 'resíduos da extração de soja', 'sucos concentrados de laranja' e 'óleo de soja refinado', todos com variações positivas de preços. Os quatro produtos de maior influência respondem por 1,17 p.p. da variação de 1,68%.

Com a desvalorização cambial (aproximadamente 9,0% em agosto, 33,0% ao longo de 2015 e 55,0% em doze meses), produtos voltados à exportação estão entre os mais influentes nas várias comparações. Nesse sentido, justifica-se a influência positiva de 'sucos concentrados de laranja', 'carne de bovino congelada' e mesmo a 'carne de bovino fresca ou refrigerada' e os derivados de soja. Mas outros fatores também influenciam esses preços, como os problemas de oferta da soja americana, a entressafra atual de soja e o retorno da carne brasileira ao mercado da China.

Papel e Celulose: a variação de preços em agosto, de 3,96%, é a quarta maior da série, que teve seu ápice em março de 2015 (4,94%). Entre as indústrias de transformação, o setor teve o terceiro maior aumento de preços no mês; o terceiro maior aumento acumulado no ano (16,99%) e o terceiro maior aumento (25,95%) acumulado em 12 meses. Comparado a julho (1,14%), o índice de agosto teve um aumento de 2,82 p.p.

Com o desempenho de agosto, a indústria de papel e celulose influiu em 0,15 p.p. no aumento de 1,25% das indústrias de transformação, ficando atrás apenas de “Produtos Alimentícios” (0,32 p.p.) e “Outros Equipamentos de Transporte” (0,16 p.p.).

Os produtos do setor que tiveram maior influência na variação de agosto foram “celulose”, “papel kraft para embalagem não revestido”, “papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica” e ‘fraldas descartáveis”. Em conjunto, da variação de 3,96%, estes produtos tiveram influência de 3,84 p.p.

Outros produtos químicos: a indústria química teve alta de preços pelo terceiro mês seguido, neste caso de 1,07%; acumulando 8,92% no ano (maior taxa neste tipo de comparação em toda série do IPP) e 11,17% em 12 meses.

A indústria dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligada aos valores internacionais e aos preços da nafta, que tiveram queda entre dezembro de 2014 e março de 2015, mas se recuperaram nos últimos meses. Também merecem menção os produtos químicos inorgânicos, especificamente aqueles ligados à fabricação de adubos e fertilizantes, que tendem a seguir os preços internacionais.

Além do aumento da nafta, o setor apresentou uma elevação dos custos associados à energia, à compra de matérias-primas e aos custos atrelados à cotação do dólar (desvalorização do real frente ao dólar em 55,0%, nos últimos 12 meses).

Os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior representaram 0,26 p.p. no resultado de 1,07%, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com 0,81 p.p.

Veículos automotores: em agosto, a variação foi de 0,93%, a segunda maior do ano (1,33%, em janeiro). Com isso, o setor acumula, no ano, uma variação de 4,50% e em 12 meses, 8,58%. Neste último caso, é a segunda maior variação da série (8,61%, em maio de 2015), que teve início em dezembro de 2010. Esse setor exerceu a terceira maior (0,91 p.p. em 7,27%) sobre o acumulado em 12 meses entre todas as atividades da indústria.

Dois produtos são destaques em termos de variação e de influência: 'caixas de marcha para veículos automotores' e 'chassis com motor para ônibus ou para caminhões'. Em termos de influências, os outros dois são: 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência' e 'peças para motor de veículos automotores'. Em conjunto, os quatro produtos influenciam o resultado de 0,93% em 0,74 p.p.

Outros equipamentos de transporte: em agosto de 2015, os preços do setor subiram 6,83% em relação ao mês anterior, com influência, em grande parte, da taxa de câmbio.

Em agosto o setor teve aumento de preços para todos os índices analisados (mês contra mês anterior, acumulado no ano e acumulado nos últimos doze meses) e seus resultados foram os maiores para os acumulados no ano (24,52%) e nos doze meses (36,74%) desde o início da série, em dezembro de 2009.



Comunicação Social
25 de Setembro de 2015

 

 
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