Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 3,40% em outubro |
Em outubro de 2020, os preços da indústria subiram 3,40% frente a setembro, a maior alta da série histórica, iniciada em janeiro de 2014. O acumulado no ano atingiu 17,29%, contra 13,42% em setembro/2020. O acumulado em 12 meses foi de 19,08%, ante 15,86% em setembro/2020. Em outubro, 23 das 24 atividades tiveram alta de preços, contra 21 em setembro.O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).A publicação completa pode ser acessada aqui. Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
Em outubro de 2020, os preços da indústria subiram, em média, 3,40% em relação a setembro de 2020. Essa foi a maior alta da série histórica deste indicador, que começa em janeiro de 2014. As quatro maiores variações foram nas atividades de indústrias extrativas (9,71%), metalurgia (4,93%), calçados e produtos de couro (4,64%) e alimentos (4,60%). As maiores influências foram: alimentos (1,17 p.p.), indústrias extrativas (0,53 p.p.), outros produtos químicos (0,36 p.p.) e metalurgia (0,31 p.p.). O acumulado no ano atingiu 17,29% ante 13,42% em setembro/2020. Entre as atividades, as maiores variações foram: indústrias extrativas (50,31%), metalurgia (29,13%), madeira (29,12%) e alimentos (28,36%). Os setores de maior influência foram: alimentos (6,67 p.p.), indústrias extrativas (2,27 p.p.), outros produtos químicos (1,71 p.p.) e metalurgia (1,69 p.p.). No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 19,08%, contra 15,86% em setembro/2020. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (53,64%), alimentos (35,89%), madeira (28,88%) e metalurgia (26,59%). Os setores de maior influência foram: alimentos (8,10 p.p.), indústrias extrativas (2,40 p.p.), metalurgia (1,60 p.p.) e outros produtos químicos (1,53 p.p.). A variação de preços de 3,40% em relação a setembro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 2,69% em bens de capital; 5,01% em bens intermediários; e 1,22% em bens de consumo, sendo que 0,97% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,27% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis. A influência das categorias econômicas sobre o IPP (3,40%) foi: 0,20 p.p. de bens de capital, 2,74 p.p. de bens intermediários e 0,46 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,06 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,40 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis. No acumulado no ano, as variações de preços da indústria atingiram, até outubro, variação de 17,29%, sendo 17,44% a variação de bens de capital (com influência de 1,30 p.p.), 21,93% de bens intermediários (11,72 p.p.) e 10,90% de bens de consumo (4,26 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,62 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 3,64 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
Na comparação outubro 2020/outubro 2019, a variação de preços da indústria alcançou 19,08%, com as seguintes variações: bens de capital, 17,95% (1,36 p.p.); bens intermediários, 22,51% (12,16 p.p.); e bens de consumo, 14,48% (5,57 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,65 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 4,91 p.p. A seguir os principais destaques: Indústrias extrativas: em outubro, a variação média de preços foi de 9,71%, sétimo resultado positivo consecutivo no ano. Com isso, até outubro os preços em 2020 variaram 50,31% e, na comparação com o mesmo mês de 2019, a variação foi de 53,64%. Esses resultados estão influenciados pelo câmbio, uma depreciação do real frente ao dólar de 4,2% (outubro contra setembro), de 36,9% (entre dezembro de 2019 e outubro de 2020) e de 37,6% (no acumulado em 12 meses), mas refletem também o movimento dos preços internacionais de “óleo bruto de petróleo” e “minérios de ferro e seus concentrados”. O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a principal variação (em módulo) nas três perspectivas (variação mensal, acumulado no ano e acumulado em doze meses) e a segunda maior influência nesses três casos (0,53 p.p., em 3,40%, na variação mensal; 2,27 p.p., em 17,29%, no acumulado no ano; e 2,40 p.p., em 19,08%, nos últimos 12 meses). Alimentos: em outubro, os preços do setor, na comparação com o mês anterior, cresceram em média 4,60%, mantendo-se as variações positivas consecutivas observadas desde julho. No acumulado no ano a variação foi de 28,36% e, em 12 meses, 35,89%, ambas são as maiores de suas séries. No caso do acumulado no ano, não só nunca houve um outubro dessa magnitude, como nunca houve outro mês qualquer. Vale a pena observar que até dezembro de 2019, a maior taxa anual havia sido a de dezembro de 2010, 21,24%, e que os resultados acumulados em 12 meses de julho a outubro são todos maiores que aquele (julho, 23,69%; agosto, 27,60%; setembro, 32,51% e outubro, 35,89%). O destaque dado ao setor se deveu ao fato de ter sido, em termos de variação e entre todas as atividades que compõem as indústrias extrativas e de transformação, a quarta maior na variação mensal e no acumulado do ano e a segunda no acumulado em 12 meses. Por outro lado, foi a principal influência nas três perspectivas de análise: 1,17 p.p., em 3,40% (mensal); 6,67 p.p., em 17,29% (acumulado no ano); e 8,10 p.p., em 19,08% (últimos 12 meses). Em termos de grupo, os preços dos produtos de “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” e “fabricação e refino de açúcar” tiveram, considerando a comparação outubro contra setembro, variações médias maiores que a do setor, 13,48% e 4,98%, respectivamente. Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de outubro, apresentou variação média de preços, em relação a setembro, de 4,52%, quarto aumento consecutivo e o segundo maior resultado do ano. Desta forma, o setor acumulou alta de 22,08% em 2020, superior em cerca de 27 p.p. à taxa acumulada até outubro de 2019 (-4,10%). Em toda a série do IPP, o valor de 2020 só é inferior ao de outubro de 2018 (29,55%). O acumulado em 12 meses alcançou 18,96%, maior valor desde dezembro de 2018 (19,25%). Em relação aos grupos econômicos da atividade, os destaques foram as variações ocorridas em “fabricação de resinas e elastômeros”, com 10,87%, desta forma acumulando 46,43% de variação no ano e 41,88% no acumulado nos últimos 12 meses. Outro grupo econômico que merece destaque no mês é o de “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, com 3,49% de variação. No ano, o grupo acumula variação de 19,51%, ao passo que, nos últimos 12 meses, acumula um resultado de 14,14%. Finalmente, o grupo “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários”, com variação no mês de 2,78%; no ano de 15,24% e de 15,47% em 12 meses. Em relação aos quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (2,48 p.p. em 4,52%), houve aumento de preços em todos eles, a saber: “policloreto de vinila (PVC)”, “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, ”polietileno linear, com densidade inferior a 0,94)” e “polietileno de alta densidade (PEAD)”. Metalurgia: frente a setembro, houve uma alta de 4,93%, segunda maior da série do IPP, perdendo apenas para a de sete meses atrás, que foi igual a 5,74%. Com esse resultado a atividade acumulou, no ano, uma variação de 29,13% e, nos últimos 12 meses, 26,59%. Os dois valores de acumulado são os maiores desta atividade em toda a série do IPP, iniciada em janeiro de 2010. Uma análise dos números-índices indica que, entre dezembro de 2018 (base da série atual) e outubro de 2020, os preços do setor acumulam alta de 26,95%. Considerando os grupos econômicos da atividade, o siderúrgico apresentou uma variação de 5,35%, desta forma acumulando 27,06% de variação no ano e 23,04% no acumulado nos últimos 12 meses. Do ponto de visto dos quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (1,96 p.p. em 4,93%), houve aumento de preços em todos eles, a saber: “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, ”óxido de alumínio (alumina calcinada)” e “ouro para usos não monetários”.
Comunicação Social, 26 de novembro de 2020
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