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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -1,29% em dezembro e fecha 2022 em 3,13% Imprimir E-mail

Período

Taxa (%)

Dezembro de 2022

-1,29

Novembro de 2022

-0,52

Acumulado no ano

3,13

Novembro de 2021

-0,08

 

Em dezembro de 2022, os preços da indústria variaram -1,29% frente a novembro, acumulando alta de 3,13% no ano, terceiro menor valor acumulado no ano até um mês de dezembro desde o início da série histórica em 2014. O acumulado de 2022 foi, aproximadamente, 25 pontos percentuais (p.p.) menor que o de 2021.

Em dezembro, os preços de 15 das 24 atividades industriais investigadas apresentaram variações negativas ante o mês anterior. 

 

  O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

A publicação completa pode ser acessada aqui.

Em dezembro de 2022, os preços das indústrias extrativas e de transformação (IPP) – ou indústria geral (IG), outra forma de se referir ao conjunto dessas atividades – variaram -1,29% quando comparados aos de novembro de 2022. Na passagem de outubro para novembro, a indústria havia registrado queda de 0,52%.

Em dezembro de 2022, 15 das 24 atividades industriais investigadas apresentaram recuo de preço ante novembro. As quatro atividades com maiores variações foram: indústrias extrativas (-7,21%); refino de petróleo e biocombustíveis (-5,46%); madeira (-2,96%); e outros produtos químicos (-2,79%).

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses

Indústria Geral e Seções

Variação (%)

M/M-1

Acumulado no Ano

M/M-12

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Indústria Geral

-0,86

-0,52

-1,29

5,03

4,48

3,13

6,49

4,40

3,13

B - Indústrias Extrativas

-3,44

-1,65

-7,21

0,90

-0,76

-7,92

-16,56

-13,43

-7,92

C - Indústrias de Transformação

-0,73

-0,47

-1,00

5,25

4,75

3,70

7,95

5,46

3,70

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi o de maior destaque, responsável por -0,68 ponto percentual (p.p.) de influência na variação da indústria geral (-1,29%). Outras atividades que também sobressaíram foram indústrias extrativas (-0,33 p.p. de influência), outros produtos químicos (-0,25 p.p.) e metalurgia (-0,08 p.p.).

O acumulado no ano atingiu 3,13% contra 4,48% em novembro. Desta forma, o IPP encerrou 2022 com o terceiro menor valor acumulado no ano até um mês de dezembro desde o início da série histórica, em 2014. Esse valor é aproximadamente 25 pontos percentuais (p.p.) menor que o registrado no acumulado de 2021, dinâmica seguida por sete das 24 atividades industriais investigadas pela pesquisa.

Entre as atividades que fecharam o ano com as maiores variações, destacam-se: papel e celulose (19,45%), impressão (19,17%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (16,99%) e fabricação de máquinas e equipamentos (15,71%).

Já as principais influências foram refino de petróleo e biocombustíveis (1,23 p.p.), outros produtos químicos (-1,21 p.p.), alimentos (1,20 p.p.) e metalurgia (-0,87 p.p.).

Entre as Grandes Categorias Econômicas, a variação de preços de dezembro ante novembro foi: 0,85% em bens de capital (BK); -2,08% em bens intermediários (BI); e -0,43% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de -0,16%, e nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -0,48%.

Bens intermediários foi a principal influência entre as Grandes Categorias Econômicas, com peso de 57,39% no índice geral e responsável por -1,21 p.p. da variação de -1,29% nas indústrias extrativas e de transformação. Bens de capital teve influência de 0,06 p.p. e bens de consumo de -0,15 p.p. No caso de bens de consumo, a influência observada em dezembro se divide em -0,01 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,14 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Os acumulados no ano das Grandes Categorias Econômicas foram: bens de capital (11,92%); bens intermediários (0,90%) e bens de consumo (5,18%), sendo 6,95% para bens de consumo duráveis e para 4,84% bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,82 p.p. dos 3,13% verificados na indústria geral até dezembro deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por 0,53 p.p., enquanto que bens de consumo exerceu influência de 1,79 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,39 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 1,40 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses

Grandes Categorias Econômicas

Variação (%)

M/M-1

Acumulado no Ano

M/M-12

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Out/2022

Nov/2022

Dez/2022

Indústria Geral

-0,86

-0,52

-1,29

5,03

4,48

3,13

6,49

4,40

3,13

Bens de Capital (BK)

0,79

0,52

0,85

10,40

10,98

11,92

13,64

12,90

11,92

Bens Intermediários (BI)

-1,69

-0,82

-2,08

3,90

3,05

0,90

5,16

2,58

0,90

Bens de Consumo (BC)

0,19

-0,24

-0,43

5,89

5,63

5,18

7,35

5,86

5,18

Bens de Consumo Duráveis (BCD)

0,29

0,23

-0,16

6,88

7,12

6,95

8,41

7,94

6,95

Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND)

0,18

-0,34

-0,48

5,69

5,34

4,84

7,15

5,46

4,84

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

Destacaram-se os seguintes setores:

Indústrias extrativas: de novembro para dezembro, como ocorre desde junho de 2022, a variação de preços foi negativa (-7,21%) e a terceira mais intensa no ano, perdendo apenas para agosto (-14,18%) e abril (-11,54%). O acumulado do ano foi -7,92%, contra 13,83% do ano anterior. Foi o primeiro fechamento de ano negativo desde 2015, quando a variação havia sido de -9,33%. O número-índice de dezembro de 2022 (173,54) está 37,79% abaixo do pico da série, 278,96 (agosto de 2021).

O setor foi destaque por ter a mais intensa variação mensal, no campo negativo como as demais, e a segunda influência, na mesma perspectiva (-0,33 p.p. em -1,29%).

Alimentos: depois de quatro meses consecutivos, a variação dos preços do setor voltou ao campo positivo, tendo, na passagem de novembro para dezembro, avançado 0,29%. Com isso, o resultado anual ficou em 5,04%, 13,62 p.p. menor do que o do fechamento de 2021. Em termos de número-índice, o de dezembro de 2022 (179,02) é 5,27% menor do que o observado no pico da série, 188,97 (julho de 2022). O setor de Alimentos é destaque por ter sido a terceira maior influência no acumulado no ano (1,20 p.p. em 3,13%).

Apenas um produto, “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”, cuja variação de preços é negativa, é destaque tanto em termos de variação quanto de influência, na perspectiva da comparação entre dezembro e novembro. A variação de preços de “carnes e miudezas de aves congeladas” também é negativa, mas a dos outros dois produtos (“açúcar cristal” e “resíduos da extração de soja”), por serem positivas, atenuam a pressão de baixa, o que será reforçado pelos demais 39 produtos (com influência positiva de 0,36 p.p.).

Na comparação de dezembro de 2022 contra dezembro de 2021, dos quatro produtos de maior influência, apenas “resíduos da extração de soja” esteve em destaque na comparação mensal e com impacto igualmente positivo. Dos outros três produtos, “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, “arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo polido ou brunido” e “farinha de trigo”, apenas o primeiro, aquele que tem o maior peso atual no setor, pressionou negativamente o resultado.

O grupo de maior peso no setor, “abate e fabricação de produtos de carne”, recuou tanto na comparação mensal (-1,14%) como na anual (-3,87%), sendo a última mais intensa que a de “fabricação e refino de açúcar” (-0,61%), o outro grupo no campo negativo. Já a maior variação negativa, na comparação mensal (-2,20%), ocorreu em “laticínios”, por sua vez, aquele que teve a maior alta de preços na comparação anual (20,13%).

Refino de petróleo e biocombustíveis: após uma variação positiva de preços em novembro, o setor voltou ao campo negativo (-5,46%). Foi a terceira queda mais intensa no ano (perde para agosto, -6,99%, e setembro, -6,78%). Com ele, o ano de 2022 fechou com uma variação de 11,06%, 58,62 p.p. menor do que a de dezembro de 2021. O número-índice de dezembro de 2022 (214,24) é 18,34% menor que o mais alto da série, 262,34 (julho de 2022).

O refino foi destaque por ter sido a segunda variação (negativa) mais intensa entre os setores industriais, além de ter sido, em termos de influência, a primeira, tanto no M/M-1 (-0,68 p.p., em -1,29%) como no acumulado em 12 meses (1,23 p.p., em 3,13%).

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado mensal foram responsáveis por -5,13 p.p., em -5,46%. Todos tiveram variações negativas e derivam de “óleo bruto de petróleo”.

Outros produtos químicos: a indústria química encerrou 2022 com um segundo semestre de reduções continuadas nos preços, o resultado de dezembro ante novembro (-2,79%) reforçou uma tendência que levou o acumulado no ano do setor a -11,83%.

Após um primeiro semestre com pressões mais intensas, o segundo semestre de 2022 trouxe uma reversão do quadro. O mercado internacional de commodities, como o petróleo e os insumos fertilizantes básicos, reverteu sua tendência de alta do final de 2021 e primeiros meses de 2022. O quadro de incerteza associado ao fornecimento e a pressão de demanda sobre os fertilizantes também arrefeceram em resposta à composição de estoques que perdurou até o início do primeiro semestre.

Entre os produtos com maior influência para o resultado de dezembro frente a novembro, três dos quatro destaques mais intensos acompanharam o sinal da variação setorial: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”; “herbicidas para uso na agricultura”; e “polipropileno (PP)”. Em sentido oposto, “fungicidas para uso na agricultura” apresentou maiores preços neste mês, acompanhando o aquecimento da demanda pelo produto nas lavouras de soja do país.

Os grupos econômicos “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, “fabricação de resinas e elastômeros” e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários” apresentaram, na passagem de novembro para dezembro, variação negativa de preços. No entanto, o último deles, ao contrário dos demais, fechou o ano registrando maiores preços do que aqueles observados em dezembro de 2021.

No acumulado no ano, o setor não está entre as variações mais intensas, mas foi responsável pela segunda maior influência no resultado agregado em termos absolutos: -1,21 p.p.; o seu peso no cálculo do índice geral, 8,75% – terceiro maior da pesquisa – justifica o protagonismo.

Metalurgia: a variação de preços da atividade foi de -1,30%, nono resultado negativo no ano, sendo o sétimo consecutivo. Desta forma, o setor fecha 2022 com uma variação acumulada de -12,00%, sendo essa a maior queda acumulada em um fechamento de ano em toda a série histórica. Esse resultado é bastante diferente do observado em 2021, quando o setor fechou o ano com uma alta acumulada de 41,78%.

Os quatro produtos que mais influenciaram os resultados no mês foram: “ouro para usos não monetários”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, sendo que o primeiro teve influência positiva no resultado do setor e os três últimos (todos do grupo da siderurgia) impactaram a atividade negativamente.

Quanto às principais influências no acumulado do ano, os quatro produtos apresentaram influências negativas no resultado: “lingotes, blocos, tarugos ou placa de aços ao carbono”, “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “óxido de alumínio (alumina calcinada)”, sendo que os três primeiros são do grupo siderúrgico e o último é do grupo de metais não ferrosos, cujas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais.

O setor metalúrgico se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por apresentar a quarta maior influência tanto no resultado mensal (-0,08 p.p. em -1,29%) quanto no acumulado em 2022 (com -0,87 p.p. em 3,13% da Indústria Geral).

 

Comunicação Social,
1º de fevereiro de 2023

 
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