Início arrow Notícias arrow IPP - Brasil arrow Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de 0,61% em agosto
Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de 0,61% em agosto Imprimir E-mail

Período

Taxa (%)

Agosto de 2024

0,61

Julho de 2024

1,53

Acumulado no ano

4,76

Acumulado em 12 meses

6,42

Agosto de 2023

0,75

 

Em agosto de 2024, os preços da indústria variaram 0,61% frente a julho de 2024, sétimo resultado positivo seguido. Nessa comparação, 18 das 24 atividades industriais tiveram aumento de preços. O acumulado no ano foi de 4,76%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 6,42%. Em agosto de 2023, o IPP havia sido 0,75%.

   O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

A publicação completa pode ser acessada aqui.

Em agosto de 2024, os preços da indústria variaram 0,61% frente a julho de 2024. 18 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 21 atividades haviam apresentado menores preços médios em julho em relação ao mês anterior.

As quatro variações mais intensas foram em indústrias extrativas (-5,06%); impressão (2,85%); outros produtos químicos (2,42%); e móveis (2,04%).

 

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses

Indústria Geral e Seções

Variação (%)

M/M₋₁

Acumulado no Ano

M/M₋₁₂

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Indústria Geral

1,26

1,53

0,61

2,56

4,13

4,76

4,17

6,58

6,42

B - Indústrias Extrativas

1,61

3,48

-5,06

-1,86

1,55

-3,59

14,17

12,44

0,18

C - Indústrias de Transformação

1,25

1,43

0,90

2,79

4,26

5,20

3,72

6,30

6,75

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

 

Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de agosto e de julho. A atividade foi responsável por 0,32 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,61% da indústria geral. Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram indústrias extrativas, com -0,25 p.p. de influência, outros produtos químicos (0,19 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,12 p.p.).

O acumulado no ano foi de 4,76% em agosto. A título de comparação, no último ano (2023) a taxa acumulada até o mês de agosto havia sido de -6,47%. O valor da taxa acumulada no ano até este mês de referência é o quinto maior já registrado para um mês de agosto desde o início da série histórica, em 2014.

Os setores com maior influência no resultado agregado foram: metalurgia: 0,90 p.p.; outros produtos químicos: 0,87 p.p.; alimentos: 0,85 p.p.; e papel e celulose: 0,45 p.p.

No acumulado em 12 meses, calculado comparando os preços de agosto de 2024 aos de agosto de 2023, a variação foi de 6,42% neste mês de referência. No mês antecedente (julho/2024), este mesmo indicador havia registrado taxa de 6,58%.   

As maiores influências para o resultado vieram dos seguintes setores: alimentos (1,72 p.p.); outros produtos químicos (0,98 p.p.); refino de petróleo e biocombustíveis (0,76 p.p.); e metalurgia (0,76 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de agosto repercutiu assim: -0,18% de variação em bens de capital (BK); 0,38% em bens intermediários (BI); e 1,12% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,68%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 1,20%.

A principal influência veio de bens de consumo, cujo peso na composição do índice geral foi de 37,00% e respondeu por 0,41 p.p. da variação de 0,61% nas indústrias extrativas e de transformação.

Completam a lista, bens intermediários, com influência de 0,21 p.p. e bens de capital com -0,01 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em agosto se divide em 0,04 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,37 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

 

Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses

Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas

Variação (%)

M/M₋₁

Acumulado no Ano

M/M₋₁₂

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Jun/2024

Jul/2024

Ago/2024

Indústria Geral

1,26

1,53

0,61

2,56

4,13

4,76

4,17

6,58

6,42

Bens de Capital (BK)

1,23

0,94

-0,18

2,42

3,38

3,20

2,01

3,52

3,19

Bens Intermediários (BI)

1,81

1,94

0,38

1,78

3,75

4,14

4,67

7,34

6,17

Bens de Consumo (BC)

0,47

1,03

1,12

3,79

4,86

6,03

3,89

6,09

7,51

Bens de Consumo Duráveis (BCD)

0,20

0,17

0,68

1,36

1,53

2,22

1,87

2,22

2,54

Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND)

0,52

1,20

1,20

4,28

5,54

6,81

4,31

6,89

8,54

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

 

No acumulado no ano, a variação chegou a 3,20%, no caso de bens de capital; 4,14% em bens intermediários; e 6,03% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 2,22%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 6,81%.

Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,25 p.p. dos 4,76% verificados na indústria geral até agosto deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por 2,31 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 2,20 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,14 p.p. devido às variações nos preços de bens de consumo duráveis, e 2,07 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 3,19% em agosto de 2024. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 6,17% nesse intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 7,51%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 2,54%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 8,54%.   

Com peso de 55,40% no cálculo do índice geral, bens intermediários foi responsável por 3,42 p.p. dos 6,42% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de agosto de 2024, houve, ainda, influência de 2,75 p.p. de bens de consumo e de 0,25 p.p. de bens de capital.

O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,16 p.p. por bens de consumo duráveis e em 2,59 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso de 83,59% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Indústrias extrativas: a variação de -5,06%, quando se comparam os preços de agosto contra os de julho, marca a volta do comportamento dos preços ao campo negativo depois de dois meses de aumento. Com isso, o acumulado no ano foi a -3,59%, contra 5,01% de agosto de 2023. No acumulado em 12 meses, a variação foi de 0,18%, valor abaixo daquele percebido em julho, 12,44%.  

O destaque dado às indústrias extrativas se deve ao comportamento dos preços entre julho e agosto. Em termos de variação, foi a mais intensa (e a única negativa) entre os quatro setores destacados. Já em termos de influência, foi a segunda (-0,25 p.p., em 0,61%).

Houve variação negativa de preços dos dois produtos de maior peso: “óleos brutos de petróleo” e “min. ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado”, movimento que acompanha o que se observa no mercado internacional.

Alimentos: como vem ocorrendo desde abril deste ano, a variação de preços observada na passagem do mês anterior, julho, ao atual, agosto, foi positiva, agora em 1,33%. Com isso, no ano, o setor acumula uma variação de 3,42%, um cenário distinto daquele de agosto de 2023, quando se acumulou uma variação de -6,14%. Em termos de variação acumulada em 12 meses, a variação de 7,10% de agosto é a maior desde outubro de 2022, 8,15%.

A influência dos quatro produtos de maior destaque na variação observada na passagem de julho para agosto respondeu por 0,86 p.p. em 1,33%, ou seja, os outros 39 produtos foram responsáveis pelos 0,47 p.p. restantes.

Em termos de variação e de influência há apenas duas coincidências: “café torrado e moído” e “carnes de bovinos congeladas”. “Carnes de suínos frescas ou refrigeradas” e “carnes bovinas secas, salgadas ou defumadas” completam os quatro destaques em termos de variação. Já em termos de influência, os outros dois produtos são: “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” e “arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo polido ou brunido”.

O comportamento da carne bovina - fresca ou congelada - está em linha tanto com uma menor oferta de animais para o corte quanto com o aumento da demanda, que responde ao comportamento positivo do mercado de trabalho. O arroz, por sua vez, responde ao aumento de demanda, particularmente de atacadistas sobre os produtores. Por fim, o cenário do mercado de café continua com as características apontadas nos últimos relatórios: a oferta mundial sofre o impacto dos problemas (climáticos) enfrentados pelos produtores do Vietnã.

Papel e celulose: a atividade se destacou dentre todos os setores da indústria geral por apresentar o maior resultado acumulado dos últimos 12 meses, com variação de 17,24%, a maior observada desde dezembro de 2022, 19,45%. Além disso, apresentou a segunda maior variação do índice acumulado no ano, com 14,91%.

No indicador mensal, a variação da atividade foi negativa (-0,14%), a primeira nesse campo depois de seis meses seguidos de alta. Os produtos que apresentaram as variações mais intensas foram “cadernos” e “papel-cartão/cartolina não revest. ou revest.subst. Inorg.”, com resultados negativos, e “fraldas descartáveis de qualquer matéria” e “papel kraft para embalagem não revestido”, com variações positivas. Por sua vez, aqueles que tiveram maior influência – respondendo por -0,18 p.p. em -0,14% – foram “caixas de papelão ondulado ou corrugado”, “fraldas descartáveis de qualquer matéria”, “papel kraft para embalagem não revestido” e “pasta química madeira, à soda/sulfato, exc. pasta dissolução”. Nesse último caso, vale citar que foi o único produto, entre os quatro, com variação negativa de preços, acompanhando um recente desaquecimento da demanda global pelo produto, em especial por parte de mercados como a China e a Europa, e sendo o principal responsável pelo resultado setorial negativo.

Refino de petróleo e biocombustíveis: na passagem de julho para agosto, os preços do setor tiveram variação de 1,17%, a sétima positiva consecutiva. Com isso, o acumulado no ano chegou a 1,65%, contra -19,96% de agosto de 2023. Já o acumulado em 12 meses recuou em relação ao de julho. Em agosto, 7,40%, em julho, 14,17%. Isso se explica pela base de comparação. Em agosto de 2023, os preços do setor aumentaram em 7,55%, o primeiro resultado positivo depois de oito meses e o maior desde março de 2022 (10,84%). Logo, a base de comparação no cálculo de julho havia sido 159,41, enquanto a de agosto, 171,44. O movimento de ascensão dos preços do refino está em linha com o aumento de preços de “óleos brutos de petróleo”, com variação positiva em seis dos oito meses do ano e saldo positivo no ano.

Com peso atual de 10,35%, o segundo entre as atividades industriais, o comportamento dos preços do setor o colocou como a quarta maior influência na perspectiva da variação mensal (0,12 p.p., em 0,61%), e a terceira ao considerar a variação acumulada em 12 meses (0,76 p.p., em 6,42%).

Dentre os quatro produtos mais influentes (de acordo com o comportamento dos preços na passagem de julho para agosto), o único com variação negativa foi “óleos combustíveis, exceto diesel”. Dos dois produtos de maior peso no setor – “óleo diesel” e “gasolina, exceto para aviação” - apenas o último é destaque nesta perspectiva, com influência positiva. A influência dos quatro produtos destacados foi de 0,72 p.p., em 1,17%.

Outros produtos químicos: na passagem de julho para agosto de 2024, os preços médios da indústria química tiveram alta de 2,42%, 0,34 ponto percentual (p.p) acima da taxa de 2,08% registrada em julho. Esse é o terceiro resultado consecutivo de elevação de preços, período em que acumulou 8,44%. No ano, o indicador acumula alta de 11,33%, e, nos últimos 12 meses, de 12,67%, resultado superior à taxa observada em agosto de 2023 (-30,77%), período em que o setor atravessava uma sequência deflacionária que se iniciou no segundo semestre de 2022, além de ser o maior resultado positivo desde setembro de 2022, 13,57%. A alta de 2,42% em agosto colocou o setor em destaque dentre as atividades de indústria pesquisadas pelo IPP. Com o terceiro maior peso no cálculo geral do IPP (8,18%), o setor também contribuiu com 0,19 p.p. na variação de 0,61% da indústria geral.

A elevação dos preços médios da atividade (2,42%), observado na passagem de julho para agosto de 2024, também foi acompanhada pelos três grupos de divulgação investigados, com destaque para as altas de 5,35% de “fabricação de resinas e elastômeros”, de 1,48% de “produtos químicos inorgânicos” e 0,95% de “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”. Alterações dos custos de aquisição de insumos e aumentos associados a estratégias de recomposição de margens estão entre as principais justificativas apresentadas pelas empresas para as altas de preços verificadas em agosto.

A trajetória de variação dos preços do setor segue em aceleração, tendo passado de 2,04% em março para 11,33% em agosto de 2024, com protagonismo dos adubos ou fertilizantes - produtos com forte dependência de importações - e das resinas e elastômeros, na explicação dos resultados do acumulado dos oito primeiros meses de 2024.

Metalurgia: em agosto, a variação de preços da atividade foi de 0,22% em relação ao mês anterior, sendo o nono resultado positivo consecutivo nesse indicador, porém o menos intenso dessa sequência. Com isso, nos oito primeiros meses de 2024, a atividade acumulou uma alta de 15,49%, se destacando como a maior variação e maior influência (0,90 p.p. em 4,76%) nesse indicador dentre todas as 24 atividades pesquisadas. No acumulado em 12 meses, os preços de agosto de 2024 estavam, em média, 12,43% maiores que os de agosto de 2023. Essa variação também se destaca, dentre as demais atividades, como a terceira mais intensa nesse indicador, além de ser a quarta principal influência (0,76 p.p. em 6,42%).

Dos quatro produtos de maior influência, dois deles seguiram na mesma direção do setor e apresentaram resultados positivos no mês, sendo um produto do grupo de metais não ferrosos (“ouro para usos não monetários”) e outro do grupo de siderurgia (“fio-máquina de aços ao carbono”). Outros dois produtos, ambos do grupo de siderurgia, seguiram na direção contrária e mais que compensaram a alta dos dois primeiros: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “chapas, bobinas, fitas e tiras de aço, relaminadas”. Esses quatro produtos de maior influência impactaram o resultado da atividade em -0,15 p.p., portanto, a influência de 0,37 p.p. dos demais 20 produtos analisados pautaram o resultado setorial no mês.

O grupo de maior influência, tanto no resultado do mês quanto nos resultados dos indicadores de mais longo prazo, foi o de metais não ferrosos. Suas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas, principalmente, por variações da cotação do alumínio e do ouro. E vale lembrar também da importância da taxa de câmbio para explicar o resultado do setor: em agosto, o dólar apresentou uma leve apreciação de 0,2% frente ao real, mas já acumula uma alta de 13,4% em 2024 e de 13,2% nos últimos 12 meses.

 

 

Comunicação Social

26 de setembro de 2024

 
Próximo >