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Um breve histórico Imprimir E-mail

O IBGE divulga as séries do Índice de Preços ao Produtor — Indústrias Extrativas e de Transformação (IPP – Indústrias Extrativas e de Transformação) desde de dezembro de 2009 (para as Indústrias de Transformação) e dezembro de 2013 (para as Indústrias Extrativas, a Indústria Geral e por Grandes Categorias Econômicas), tendo como base as pesquisas anuais de empresa e produto de 2007.

 Em dezembro de 2018, passaram a ser divulgadas as mesmas séries anteriores a partir de uma nova amostra de produtos e informantes, atualizando, assim, a estrutura industrial, que passou a refletir aquela apontada pelas pesquisas anuais de 2016.

 Antecedentes

 Entre 1982 e 1985, o IBGE, sob a supervisão da atual Coordenação de Índices de Preços, planejou e executou um projeto piloto na área de índice de preços ao produtor, tendo como âmbito a indústria. Apesar de apoiar-se em metodologia condizente com as melhores práticas internacionais, num momento em que ainda não havia um marco claro, como é hoje o Manual IPP/FMI, a descontinuação do projeto justificou-se pelos baixos níveis de respostas.

 No início dos anos 2000, o projeto de um índice de preços ao produtor voltou a ser discutido no IBGE, levando em conta necessidades prementes de uma informação desse tipo tanto para o próprio Instituto (uso nas Contas Nacionais e no deflacionamento das pesquisas anuais primárias), como também para os agentes econômicos privados (acompanhamento da evolução do preço do próprio setor ou de setores fornecedores ou clientes) e públicos (particularmente o Banco Central, responsável por assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda).

 No projeto atual, a responsabilidade ficou por conta da Coordenação de Indústria (COIND). Essa mudança teve por base o fato de a pesquisa ser tipicamente direcionada às empresas e, num primeiro instante, às industriais. O IPP, na sua concepção ideal, cobre todos os setores: agricultura, indústria e serviços. O objetivo é, a partir da consolidação do projeto nas indústrias de transformação, estender o alcance da pesquisa para estes outros setores.

 O projeto foi desenvolvido de forma paulatina. Num primeiro momento, foram definidas as linhas básicas de atuação e, a partir do final de 2003, organizou-se uma equipe exclusiva. A partir daí, além da definição das estratégias gerais, mantiveram-se contatos tanto com instituições similares (do Chile, em particular) como com o FMI, que, no âmbito das Nações Unidas, passou a coordenar a preparação do Manual IPP/FMI, lançado em setembro de 2005. Estas aproximações traduziram-se em consultorias internacionais feitas ao longo do tempo.

 Estratégia de definição de produtos

 O projeto IPP pode ser visto em duas etapas distintas e conectadas. Na primeira, é feita a especificação dos produtos, ou seja, cada um dos produtos é descrito de forma a tornar apto o levantamento posterior de seus preços. Na segunda, os preços, acordados na primeira etapa, passam a ser pesquisados mensalmente. A partir dele, calculam-se os índices, que são, efetivamente, as informações que serão divulgadas. A especificação recebeu atenção especial no projeto atual. Descrever detalhadamente os produtos garante que as alterações de preço sejam puras, não se confundindo com mudanças na qualidade ou na forma da transação. As especificações devem ser entendidas como uma negociação firmada entre o IBGE e a empresa. Qualquer mudança requer uma comunicação entre as partes.

 A especificação passou a ser uma etapa muito bem definida e estruturada no novo projeto, cumprindo o objetivo de definir exatamente o produto, mas também o de registrar a negociação entre o instituto e as empresas. A forma encontrada de cumprir os dois objetivos foi a criação de questionários de especificação. Nisso, o IBGE se aliou às melhores práticas internacionais, propondo, inclusive, alternativas de solução das situações relacionadas à especificação. Na prática, cada produto tem suas características próprias. Como então o IBGE poderia definir cada uma delas?

 Isoladamente, seria impossível. Mesmo com o recurso da pesquisa na internet, não haveria como definir para todos os produtos do IPP (no início mais de 300, e, na nova amostra, mais de 400) aqueles fatores que influenciam o preço. Diante dessa questão, a equipe à frente da pesquisa traçou uma estratégia. Antes de pensar em levantar os preços, definiram-se os questionários de especificação. Para tal, buscou-se a ajuda das associações de classes ou dos sindicatos patronais. A ideia é simples, as associações têm conhecimento suficiente do setor para dizer os elementos que têm impacto na definição dos preços. Se nos primórdios da pesquisa essa estratégia funcionou, de novo foi repetida. E, novamente como da primeira vez, houve momentos que a discussão sobre a especificação se deu diretamente com as empresas. As associações, nesse sentido, passaram a ser um elemento de articulação entre o IBGE e as empresas.

 A sistemática desses contatos, pode ser descrita da seguinte forma: o IBGE apresentou, por setor e produto selecionado, um questionário de especificação "provocativo", e esse passou a ser discutido até o momento em que o mesmo pôde ser tratado como concluído.

Novidades

 As séries já existentes continuam a ser divulgadas, fazendo-se o encadeamento da série, ou seja, as séries das Indústrias de Transformação continuam com início em dezembro de 2009 e as demais, em dezembro de 2013. A única diferença é que os números-índices (que passam a ser divulgados com cinco casas decimais) usam como base dezembro de 2018.

Por outro lado, a amostra do IPP foi aumentada. Nesta nova fase, são 416 produtos que compõem a Lista de Produtos Selecionados, mais ou menos 30% a mais do que a amostra anterior. Com isso, o número de empresas também aumentou (passou de 1400 para 2070). O objetivo desse aumento foi o de divulgar novas séries, em níveis mais desagregados.